Caso da morte de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes começa a se desenrolar com primeiros mandados de prisão
A polícia cumpre nesta quinta-feira (13) os primeiros primeiros mandados de prisão contra suspeitos de assassinar a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.

As ordens de prisão são cumpridas por agentes da Divisão de Homicídios da Polícia Civi em 15 endereços no Rio de Janeiro, Petrópolis, Angra dos Reis e em Juiz de Fora (MG), contra milicianos envolvidos no crime.
O ministro da Defesa do Brasil, Raul Jungmann, é visto quando o hino nacional brasileiro é interpretado durante cerimônia que marcou o fim oficial da missão pacificadora do Brasil no Haiti
Investigação do assassinato de Marielle rompeu 'aliança satânica', diz ministro da Defesa
Na última segunda-feira (10), foi noticiado que a cúpula da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro havia descoberto quem matou a vereadora do PSOL, Marielle Franco e o seu motorista.
Marielle Franco e Anderson Gomes foram executados a tiros no dia 14 de março, no Estácio, no Rio de Janeiro, após a vereadora participar de um evento político-cultural, no centro da cidade.
Quinta vereadora mais votada na capital fluminense, Marielle denunciava a violência policial em comunidades do Estado na ocasião de sua morte.
Em Angra, os agentes ficaram encurralados por traficantes na comunidade do Frade, e precisaram da ajuda de policiais militares e de um helicóptero.
Durante as buscas em Juiz de Fora, mais problemas. Como os policiais estavam em carros descaracterizados, PMs pararam a equipe para checar quem eram os homens armados estavam circulando pela cidade.
Os mandados fazem parte de um inquérito à parte, mas, de acordo com o delegado Giniton Lages, que está à frente das investigações, todos têm ligação com os assassinatos. As mortes completam nove meses nesta sexta-feira (14).
À tarde, durante inauguração da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, falou sobre a operação:
"Sobre o crime do Anderson e da Marielle, a Polícia Civil do Rio de Janeiro vem trabalhando há quase 9 meses (no caso). É uma investigação extremamente complexa. A Delegacia de Homicídios vem trabalhando diuturnamente. Hoje, nós tivemos uma ação que faz parte da estratégia não só utilizada pela Delegacia de Homicídios, mas pela chefia de Polícia e a Secretaria de Segurança Pública. Nós temos uma estratégia, e estamos trabalhando muito. É um crime que foi muito bem desenhado, mas a gente tá trabalhando muito para ter essas resposta."
Rivaldo também comentou sobre propostas de federalizar a investigação: "Como aconteceu no caso da juíza, que tentaram federalizar, e a Polícia Civil do Rio de Janeiro deu uma resposta. No caso Amarildo, que tentaram federalizar, e a Polícia Civil deu resposta. E no caso Anderson e Marielle, a Polícia Civil está trabalhando muito para dar uma resposta";
"É bom que se diga que muitas das ações da polícia dependem de outros órgãos. Não estou colocando a culpa nos outros órgãos, pelo contrário, eles estão nos ajudando. Existem medidas que estão sendo tomadas para que a gente dê uma resposta necessária e suficiente, para que esse crime seja esclarecido e a investigação seja colocada para toda a sociedade, para que a gente dê um basta nesse crime", acrescentou.
Operação da polícia prende primeiros suspeitos de envolvimento na morte de Marielle
A investida do Caso Marielle faz parte de operação maior contra a milícia. Em Angra dos Reis, durante o cumprimento de mandado, equipe foi encurralada por criminosos. A Polícia Civil não esclareceu se a ação tinha relação com o atentado.
Segundo informações do delegado Bruno Gilaberte, titular da 166ª DP, a ação aconteceu no Morro da Constância, no Frade. "Os agentes ficaram sob forte ameaça (dos bandidos), em local de vulnerabilidade e intensa situação de risco", informou o delegado.
O grupo foi resgatado após ação das polícias Civil e Militar. Um dos agentes foi atingido por estilhaços e teve ferimentos leves.
O que se sabe do Caso Marielle
A vereadora Marielle Franco foi morta a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, por volta das 21h30 desta quarta-feira (14). Além da vereadora, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. Uma outra passageira, assessora de Marielle, foi atingida por estilhaços.
DELAÇÃO
Quase dois meses após o crime, uma publicação do jornal O Globo deu indícios do que pode ter sido a articulação para matar Marielle. A reportagem mostrou que uma testemunha deu à polícia novas informações que implicaram no crime o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-PM e miliciano Orlando Curicica.
/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2018/05/09/09siciliano.jpg)
Vereador do Rio Marcello Siciliano — Foto: Reprodução Vereador do Rio Marcello Siciliano
A testemunha – que integrava uma milícia na Zona Oeste do Rio e foi aliado de Orlando – contou à polícia ter testemunhado uma conversa entre Siciliano e o miliciano na qual os dois arquitetaram a morte da vereadora. A motivação para o crime, segundo a testemunha, seria a disputa por áreas de interesse na região de domínio de Orlando.
"Ela peitava o miliciano e o vereador. Os dois (o miliciano e Marielle) chegaram a travar uma briga por meio de associações de moradores da Cidade de Deus e da Vila Sapê. Ela tinha bastante personalidade. Peitava mesmo", revelou a testemunha, de acordo com o jornal.
Tanto Siciliano quanto Orlando negam que tenham planejado a morte da vereadora. No mês seguinte à publicação de O Globo, o miliciano foi, a pedido da Segurança Pública do RJ, transferido para uma unidade prisional de segurança máxima.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/B/t/TFnDIBS1mqXonHxvEd9w/frame-00-00-01.280.jpg)
Foto: Reprodução TV Globo Ex-PM e miliciano Orlando de Curicica
RESUMO DA DELAÇÃO
08/05 - Testemunha diz que Marcello Siciliano (PHS) e Orlando de Curicica queriam Marielle morta.
Motivação seria avanço de ações comunitárias da vereadora na Zona Oeste.
Conversas sobre o crime teriam começado em junho de 2017.
Ex-aliado de Orlando citou, além de Siciliano e o miliciano, outras quatro pessoas.
Homem chamado "Thiago Macaco" teria levantado informações sobre Marielle.

As ordens de prisão são cumpridas por agentes da Divisão de Homicídios da Polícia Civi em 15 endereços no Rio de Janeiro, Petrópolis, Angra dos Reis e em Juiz de Fora (MG), contra milicianos envolvidos no crime.
O ministro da Defesa do Brasil, Raul Jungmann, é visto quando o hino nacional brasileiro é interpretado durante cerimônia que marcou o fim oficial da missão pacificadora do Brasil no Haiti
Investigação do assassinato de Marielle rompeu 'aliança satânica', diz ministro da Defesa
Na última segunda-feira (10), foi noticiado que a cúpula da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro havia descoberto quem matou a vereadora do PSOL, Marielle Franco e o seu motorista.
Marielle Franco e Anderson Gomes foram executados a tiros no dia 14 de março, no Estácio, no Rio de Janeiro, após a vereadora participar de um evento político-cultural, no centro da cidade.
Quinta vereadora mais votada na capital fluminense, Marielle denunciava a violência policial em comunidades do Estado na ocasião de sua morte.
Em Angra, os agentes ficaram encurralados por traficantes na comunidade do Frade, e precisaram da ajuda de policiais militares e de um helicóptero.
Durante as buscas em Juiz de Fora, mais problemas. Como os policiais estavam em carros descaracterizados, PMs pararam a equipe para checar quem eram os homens armados estavam circulando pela cidade.
Os mandados fazem parte de um inquérito à parte, mas, de acordo com o delegado Giniton Lages, que está à frente das investigações, todos têm ligação com os assassinatos. As mortes completam nove meses nesta sexta-feira (14).
À tarde, durante inauguração da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, falou sobre a operação:
"Sobre o crime do Anderson e da Marielle, a Polícia Civil do Rio de Janeiro vem trabalhando há quase 9 meses (no caso). É uma investigação extremamente complexa. A Delegacia de Homicídios vem trabalhando diuturnamente. Hoje, nós tivemos uma ação que faz parte da estratégia não só utilizada pela Delegacia de Homicídios, mas pela chefia de Polícia e a Secretaria de Segurança Pública. Nós temos uma estratégia, e estamos trabalhando muito. É um crime que foi muito bem desenhado, mas a gente tá trabalhando muito para ter essas resposta."
Rivaldo também comentou sobre propostas de federalizar a investigação: "Como aconteceu no caso da juíza, que tentaram federalizar, e a Polícia Civil do Rio de Janeiro deu uma resposta. No caso Amarildo, que tentaram federalizar, e a Polícia Civil deu resposta. E no caso Anderson e Marielle, a Polícia Civil está trabalhando muito para dar uma resposta";
"É bom que se diga que muitas das ações da polícia dependem de outros órgãos. Não estou colocando a culpa nos outros órgãos, pelo contrário, eles estão nos ajudando. Existem medidas que estão sendo tomadas para que a gente dê uma resposta necessária e suficiente, para que esse crime seja esclarecido e a investigação seja colocada para toda a sociedade, para que a gente dê um basta nesse crime", acrescentou.
Operação da polícia prende primeiros suspeitos de envolvimento na morte de Marielle
A investida do Caso Marielle faz parte de operação maior contra a milícia. Em Angra dos Reis, durante o cumprimento de mandado, equipe foi encurralada por criminosos. A Polícia Civil não esclareceu se a ação tinha relação com o atentado.
Segundo informações do delegado Bruno Gilaberte, titular da 166ª DP, a ação aconteceu no Morro da Constância, no Frade. "Os agentes ficaram sob forte ameaça (dos bandidos), em local de vulnerabilidade e intensa situação de risco", informou o delegado.
O grupo foi resgatado após ação das polícias Civil e Militar. Um dos agentes foi atingido por estilhaços e teve ferimentos leves.
O que se sabe do Caso Marielle
A vereadora Marielle Franco foi morta a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, por volta das 21h30 desta quarta-feira (14). Além da vereadora, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. Uma outra passageira, assessora de Marielle, foi atingida por estilhaços.
DELAÇÃO
Quase dois meses após o crime, uma publicação do jornal O Globo deu indícios do que pode ter sido a articulação para matar Marielle. A reportagem mostrou que uma testemunha deu à polícia novas informações que implicaram no crime o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-PM e miliciano Orlando Curicica.
/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2018/05/09/09siciliano.jpg)
Vereador do Rio Marcello Siciliano — Foto: Reprodução Vereador do Rio Marcello Siciliano
A testemunha – que integrava uma milícia na Zona Oeste do Rio e foi aliado de Orlando – contou à polícia ter testemunhado uma conversa entre Siciliano e o miliciano na qual os dois arquitetaram a morte da vereadora. A motivação para o crime, segundo a testemunha, seria a disputa por áreas de interesse na região de domínio de Orlando.
"Ela peitava o miliciano e o vereador. Os dois (o miliciano e Marielle) chegaram a travar uma briga por meio de associações de moradores da Cidade de Deus e da Vila Sapê. Ela tinha bastante personalidade. Peitava mesmo", revelou a testemunha, de acordo com o jornal.
Tanto Siciliano quanto Orlando negam que tenham planejado a morte da vereadora. No mês seguinte à publicação de O Globo, o miliciano foi, a pedido da Segurança Pública do RJ, transferido para uma unidade prisional de segurança máxima.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/B/t/TFnDIBS1mqXonHxvEd9w/frame-00-00-01.280.jpg)
Foto: Reprodução TV Globo Ex-PM e miliciano Orlando de Curicica
RESUMO DA DELAÇÃO
08/05 - Testemunha diz que Marcello Siciliano (PHS) e Orlando de Curicica queriam Marielle morta.
Motivação seria avanço de ações comunitárias da vereadora na Zona Oeste.
Conversas sobre o crime teriam começado em junho de 2017.
Ex-aliado de Orlando citou, além de Siciliano e o miliciano, outras quatro pessoas.
Homem chamado "Thiago Macaco" teria levantado informações sobre Marielle.
Comentários
Postar um comentário